sábado, 25 de setembro de 2010

JOGOS OLÍMPICOS

1896 – 1996


Os jogos olímpicos foram inventados pelos gregos mais de mil anos antes de cristo, e reinventados pelo francês Pierre de Coubertin no fim do século passado. O barão que era um educador, queria que os jogos fossem algo como um campeonato de colegiais. As primeiras olimpíadas, realizadas em Atenas, em 1896, eram quase isso. Participaram 311 atletas de 13 países. A maioria deles viajou por conta própria e muitos sequer eram atletas regulares. A organização das competições não era muito melhor. A pita de atletismo era de terra batida e cheia de buracos. Piscina não havia, e as provas de natação foram realizadas em mar aberto. Os resultados obtidos nestas circunstâncias eram fracos, mesmo levando - se em consideração os padrões da época. Spiridon Luis, o vencedor da maratona, acabou se transformando em ídolo nacional da Grécia e herói do esporte mundial. Tratava-se de uma figura obscura, de profissão indefinida.

A cerimônia de inauguração do estádio Panatenaico, construído todo em mármore branco especialmente para ocasião, foi assistida por uma platéia de oitenta mil pessoas.

Os fundadores das olimpíadas pensaram os jogos como um instrumento de formação de caráter e do corpo e da juventude e de promoção da paz entre as nações. Na verdade, o festival de vigor físico celebrado a quatro anos é feito com ingredientes muito mais humanos. Os jogos estão cheios de drama, heroísmo, generosidade, humor, traição, fraude. Os melhores sentimentos e os piores defeitos da espécie fazem parte de sua identidade. A mercantilização do esporte é apenas o mais recente de seus pecados. Desde os primórdios, os chamados ideais olímpicos estão em permanente conflito de interesses em torno dos jogos. Dinheiro, poder, política, nacionalismos, doping e fraudes fazem parte do evento tanto quanto o suor dos outros atletas.

Enquanto James Conolly ganhava a primeira medalha da era moderna em Atenas , do lado de fora do estádio Panatenaico, um grupo de militantes protestava contra o massacre dos armênios promovido pelo império Otomano. O uso de doping é quase tão antigo quanto o esporte. Bem Johnson, o espetacular vencedor dos 100 metros nas olimpíadas de Seul em 1988, depois despojado de sua vitoria porque se descobriu que corri a movido esteróides anabolizantes, verdade não era nada original. Tom Hickis, o vencedor da terceira maratona olímpica disputada em Saint Louis, Estados unidos em 1904, só conseguiu completar a prova com as injeções de estricnina aplicadas por seu treinador ao final da corrida. A fraude também já estava presente nos primórdios dos jogos. O grego Spiridon Belocas chegou em terceiro lugar da maratona disputada em Atenas, mas foi desclassificada quando se descobriu que ele fizera parte do percurso a bordo de uma carruagem. Seu compatriota e homônimo Spiridon Louis, o vencedor da prova, foi agraciado com mimos e presentes que lhe garantiam ontem o sustento pelo resto da vida

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